A Liderança e a Mediocridade nas empresas

 

lider fraco

Liderança “moderna” no Brasil

Faça o que digo, não faça o que eu faço.

A frase acima está no bolso de todo pseudo-líder, para todas as horas do dia da empresa. Em sua “liderança”, se mostram covardes, mas exigem bravura. São pouco confiáveis, mas demandam fidelidade. São desonestos, mas querem que ajam de modo honesto com eles. Resumindo: mediocridade.

O número de exemplos de lideranças negativas é imenso, se fôssemos fazer uma lista. Em realidade, correspondem à grande maioria. Gente que “chegou lá” com base em conchavos ou indicações, e muito pouco devido às suas reais capacidades de liderar.

Porém, nem por isso se deve desanimar. Líderes reais nascem com uma compulsão, um ímpeto, um desejo interno de caminhar à frente, encontrar soluções e indicar caminhos. Siga seu instinto. Mas ele requer cuidados, na selva de mediocridade em que vivemos.

 

 

lider real

E porque ser um líder ‘real’?

Aparentemente, a primeira conclusão que alguém tiraria, seria justamente:

Ora, se a maioria dos cargos de chefia estão ocupados por pessoas que não deveriam estar lá, por qual motivo eu deveria me preocupar em ser um ‘líder real’?

Estatísticas se respondem com estatísticas. Se, em grande parte dos casos, os cargos de chefia estão em mãos de quem não deveria estar lá, por outro, poucas são as empresas com crescimento de qualidade e que aspiram se tornar ‘players’ no mercado.

Empresas familiares (quase sempre gerenciadas com base em “indicações” ou apenas por parentes), empresas com alto turnover de funcionários, empresas com baixa competitividade e pouca expectativa de crescimento, são apenas alguns exemplos de “repelentes de líderes reais”.

Um líder real deve se aperfeiçoar para, uma vez se encontrando NA EMPRESA CERTA, ou seu próprio empreendimento, demonstrar sua capacidade.

 

 

terra de cegos

Posso tentar abrir os olhos da empresa onde estou?

Em terra de cegos, fale sobre as cores e você acabará com os olhos arrancados ou lançado à fogueira das bruxas.

Sejamos realistas. Se em sua empresa você notou que os principais cargos estão preenchidos por pessoas incompetentes (que pertencem a alguma “panelinha”), por gente que apenas diz ‘amém’ (não pensantes), ou apenas por parentes, não perca seu tempo. Você será jogado na fogueira.

Entre numa empresa de incompetentes e comece a querer melhorar processos e mostrar soluções e você terá inimigos logo no primeiro dia. Se durar um mês, terá dezenas querendo sua caveira e relatando que você é o “monstro do pântano” para o proprietário/diretor, com todo tipo de armadilha, fofoca, sabotagem que se possa imaginar. Por que?

Simples. Quando um novato entra mostrando soluções, ele prova que todos os demais eram incompetentes, pois não resolveram o problema antes. E o natural seria demitir todos os incompetentes e contratar outras pessoas como o novato. Ou ao menos assim temem os medíocres. Na melhor das hipóteses, você faria aumentar o que se espera de um funcionário (empenho, dedicação), aumentando o trabalho (ou tornando impossível este) dos medíocres.

Mas você não irá durar o suficiente para isso.

 

 

rh mafioso

Recursos Humanos “Brazukas” e as “Máfias do RH”

Quando não são fábricas de panelinhas (máfias internas), os recursos humanos no Brasil muito pouco fazem em termos de busca de talentos reais, ou manutenção de talentos internos. No mais das vezes temos apenas uma administração financista do DP, onde se busca os mais “minimamente preparados”, pelo menor salário possível.

O que também explica por qual razão pouquíssimas empresas brasileiras possuem significância no cenário internacional, onde a qualidade faz diferença e a competição é imensa.

Infelizmente, atuei em diversas empresas para “quebrar máfias internas”. Os padrões são assemelhados. Um diretor de RH é contratado, e logo começam as alterações de “posições chave”. Contábil, jurídico, financeiro, logo são preenchido por “pessoas de confiança”. E quando não há roubos e desvios, há o encobrimento de erros e perseguições contra talentosos. Não demora muito,  e a empresa sofrerá as consequências dessa atuação de “sanguessugas”.

Mas isso, demandaria uma análise em apartado. Apenas observe sua empresa. Se as principais posições possuem conexões (mesma empresa, faculdade, experiências) ou os cargos são preenchidos com base em “indicações” ou parentes, ligue seu sinal vermelho e procure outra empresa. Você está numa típica empresa afetada pela “Máfia do RH”. Sua competência não terá a menor chance.

 

 

lugar errado, momento errado

No lugar errado, no momento errado

Ora, e se estou numa empresa familiar, onde os principais cargos são para parentes. Ou numa em que a fofoca e a panelinha parecem ser o único meio de ascensão. O que fazer?

Em poucas palavras, foque sua mente no futuro, ature o presente e prepare-se para, quando estiver no “lugar certo e momento certo”, demonstrar seu valor. Procure cursos de aperfeiçoamento, observe as principais falhas de suas empresa, e mentalize como poderia resolvê-las, criando estratégias e táticas que equacionariam as questões. Crie seu portfolio de soluções para usar, na empresa certa.

Sei bem que é frustrante ver pessoas atuando de maneira medíocre, líderes se sentem assim o tempo todo. Mas é preciso compreender que a mediocridade faz parte do dia a dia da maioria das pessoas que, em sua essência, não se distinguem muito de um “Homer Simpson”. Querem ganhar um salário, ter um bom fim de semana, pagar boletos, e é basicamente isso. E há donos de empresa e “líderes” (chefes) assim também.

Portanto, assim como no amor, não permaneça seu coração numa terra em que não se tem futuro.

 

Iran P. Moreira Necho