Simón Bolivar

 

Bolívar, Simón (1783-1830), militar e político venezuelano, tornou-se desde 1813, o condutor máximo da revolução que culminou com a independência da América do Sul, pelo que é conhecido como o Libertador.

Bolívar viajou através da Espanha, França e Itália. Em Monte Sacro, Roma, jurou libertar sua pátria (15 de agosto de 1805). De volta a Caracas em junho de 1807, conspirou contra o regime realista. Em 1810 os criollos (espanhóis nascidos na América) destituíram o governador e capitão geral Vicente Emparán, integrando uma Junta Conservadora dos Direitos de Fernando VII, eufemismo que ocultava verdadeiras intenções de independência política. Com a patente de coronel foi a Londres para arregimentar apoio para a revolução venezuelana. Na capital inglesa encontrou-se com Francisco de Miranda e o convidou para regressar à Venezuela. Perdida a primeira República, obteve passaporte para Curaçao, de onde viajou para Cartagena das Índias (atual Colômbia). Ali publicou o Manifesto de Cartagena (2 de novembro de 1812), no qual criticava a irresoluta atuação de Miranda, que conduziu a capitulação; e na Memória aos cidadãos de Nova Granada (15 de dezembro de 1812), convidava-os a acompanhá-lo para libertar a Venezuela.

Iniciou uma campanha ao longo do rio Magdalena, expulsando os realistas de todo o território até chegar a Cúcuta. A partir daí empreende a denominada “Campanha admirável” (1813), que o conduziu triunfante até Caracas.

Reconquistada a capital, Bolívar governou através de três Secretarias de Estado. Os triunfos dos realistas o obrigam a viajar para Cartagena das Índias e, um ano depois, para a Jamaica, onde tornou conhecida sua famosa Carta de Jamaica (1815). Em Angostura (atual Cidade Bolívar) expôs seu plano político, apresentando um projeto de constituição onde propunha a criação de um grande estado, sob o nome de Grande Colômbia. Bolívar criou o Conselho de Estado e o Conselho de Governo. Instalou na cidade o segundo congresso da Venezuela (1819). O Discurso de Angostura é a sua peça de oratória mais importante. Faz uma análise sociológica dos venezuelanos, pronuncia-se contra a escravidão e pela democracia, mantém sua preferência pela centralização política e administrativa e propõe um poder moral para prevenir a corrupção administrativa. Eleito presidente do país, se dirigiu à Nova Granada. Empreendeu a ”Campanha dos Andes” que culminou com a batalha de Boyacá, a 7 de agosto de 1819, e três dias depois entrou vitorioso em Bogotá. Neste mesmo ano criou a República da Colômbia. Em 1820 assinou um tratado de armistício com o espanhol Pablo Morillo, que fracassou. Como conseqüência, houve o recrudescimento da guerra, que terminou na batalha de Carabobo e pôs fim ao domínio espanhol na Venezuela.

A Antônio José de Sucre, lugar-tenente de Bolívar, coube a incorporação de Guayaquil à Colômbia e a libertação de Quito. Em 1824, depois da batalha de Ayacucho, a América do Sul ficava livre do domínio espanhol e as rebeliões de Chuquisaca e La Paz levaram à criação da Bolívia, cuja Constituição foi redigida por Bolívar. Em 1826 o Peru nomeou-o presidente vitalício, mas o Libertador não aceitou. Em 1830 morreu de tuberculose.